A secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, antevê que as exportações vão continuar a suportar o crescimento económico do país, na sequência do investimento que tem vindo a ser feito, quer na esfera pública, quer na privada, em qualificação dos recursos humanos, I&D e inovação. O PIB cresceu 3% no segundo trimestre deste ano, registando o maior crescimento homólogo trimestral dos últimos 16 anos, com as exportações industriais a terem um forte contributo para este resultado.
As empresas portuguesas têm sabido adaptar-se à realidade económica dos mercados para onde exportam. Na grave crise económica e financeira iniciada em 2008 houve uma importante retração na procura externa proveniente de países da UE ao que as nossas empresas responderam tentando diversificar as suas exportações para mercados extra europeus. Numa fase mais recente o menor crescimento de alguns países fora da UE, que atravessaram um momento de crise, levou a que as empresas portuguesas reorientassem novamente as suas vendas para os mercados europeus e para outros mercados emergentes com evoluções económicas mais dinâmicas.
As empresas portuguesas também têm tido o mérito de conseguir alicerçar a sua competitividade em bases mais sustentáveis e duradouras. As empresas têm produzido e exportado bens e serviços de maior qualidade e de mais elevado valor acrescentado. Tal deve-se a uma maior qualificação dos nossos recursos humanos, a relevantes investimentos em I&D e inovação e à melhoria do ambiente de negócios e das condições de contexto.
O sucesso passa muito pelos recursos humanos qualificados pelo investimento em inovação nos produtos e processos, no marketing e na inovação organizacional, por um ambiente de negócios doméstico mais ágil e vantajoso para as empresas, proporcionando um maior acesso ao financiamento e a redução dos custos de contexto. Também são relevantes as estratégias de marketing consistentes, o conhecimento dos mercados e da concorrência externa e a pertença a cadeias de valor internacionais. Para tal, é fundamental a promoção de estratégias de eficiência coletiva.
Entre os principais constrangimentos para as exportadoras portuguesas destaca-se, sobretudo a pequena dimensão de algumas das nossas empresas, que dificulta ganhos de escala, e também a formação insuficiente para a internacionalização. Os mercados internacionais são decisivos para que as empresas possam crescer e é fundamental que os gestores e restantes recursos humanos saibam como gerir a mudança em ambientes por um lado mais colaborativos, e por outro, mais competitivos para ultrapassar com sucesso os desafios do crescimento que todas as empresas enfrentam.
As exportações deverão continuar a crescer a bom ritmo em 2018, beneficiando dos investimentos realizados em setores como o automóvel, o aeronáutico, o calçado ou o agroindustrial, entre outros, e da continuação do crescimento no turismo e nas exportações de outros serviços. As exportações continuam a sustentar o nosso crescimento e para que o país continue a crescer temos de reforçar a aposta na inovação, na internacionalização. Os programas lançados pelo Governo, nomeadamente as medidas da Indústria 4.0, o programa Interface e outras políticas, vão ser fulcrais para apoiar este crescimento sustentado da nossa economia.