A indústria mais exportadora do país, a metalurgia e metalomecânica, com o impressionante número de 14,6 mil milhões de euros em 2016, revela fragilidades sobre o futuro próximo nos domínios da economia e da formação.

Não existem recursos humanos para continuar a crescer ao ritmo que a indústria metalúrgica e metalomecânica tem crescido nos últimos anos. Aliás, não existem recursos humanos para o possível crescimento das atividades de manufatura, seja ela de outros setores industriais, seja da vital “indústria do turismo”. Não temos massa crítica para apresentar, pelo que, dificilmente aguentaremos a boa imagem do País se não atuarmos já.  O país está a preparar-se para os diversos desafios: o investimento tem aumentado; as exportações crescem de forma sustentada, embora haja aumento das importações;  a imagem do país moderno melhora todos os dias. Mas não conseguiremos aguentar este crescimento sem resolvermos rapidamente este problema estrutural da falta de pessoas para acrescentar valor às empresas.

Falar da “nova economia”, de start-ups e de Indústria 4.0 não chega. Falta a estrutura. E a estrutura essencial são as pessoas. Este facto é tanto mais preocupante se tivermos em conta que nos próximos 10/15 anos o mundo profissional vai mudar mais do que nos últimos 50 anos; se pensarmos que as mudanças tecnológicas se estão a dar a um ritmo alucinante; se verificarmos que os consumidores estão a mudar e a seguir tendências que terão implicações brutais nos produtos e serviços que deverão ser apresentados no mercado. Não há adaptação e resiliência que resista à falta de pessoas para acrescentar valor às empresas. Mesmo com a “robotização” das tarefas.

 

Fonte: ECO Economia Online (Gonçalo Lobo Xavier)